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Foragidos por trabalho escravo e homicídio na Guiana Francesa são extraditados e presos pela PF

Dois homens procurados internacionalmente por uma série de crimes graves, incluindo homicídio qualificado e trabalho escravo, foram entregues às autoridades brasileiras na manhã desta quarta-feira (11), na ponte binacional que liga o Brasil à Guiana Francesa, em Oiapoque/AP. A extradição foi conduzida pela Polícia Federal em parceria com o Centre Pénitentiaire de Remire-Montjoly, da França.

Os indivíduos, cujos nomes não foram divulgados, estavam foragidos desde abril de 2024 e foram localizados em território francês. Ambos figuravam na lista de difusão vermelha da Interpol e são apontados como líderes de uma organização criminosa transnacional, desmantelada na Operação Boulanger, deflagrada para combater atividades ilícitas na região de fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa.

As investigações revelam que os crimes começaram em Oiapoque/AP e se estenderam até o garimpo Boulanger, no lado francês da fronteira. No local, dezenas de brasileiros teriam sido submetidos a condições desumanas de trabalho. Segundo a PF, os suspeitos comandaram uma invasão armada ao garimpo, mantendo trabalhadores sob ameaça constante, obrigando-os a extrair ouro em jornadas exaustivas, sem acesso ao mundo exterior e sob risco de morte, inclusive com armas apontadas para suas cabeças. Há suspeitas de que uma das vítimas tenha sido executada.

A extradição foi autorizada com base no Tratado de Extradição entre Brasil e França (Decreto nº 5.258/2004), após a emissão de mandado de prisão preventiva pelas autoridades brasileiras. Após a formalização da entrega, os detidos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal em Oiapoque, onde permanecem à disposição da Justiça Federal da 1ª Região, responsável por conduzir o julgamento.

A Polícia Federal segue com as investigações para identificar outros envolvidos no esquema criminoso, que explorava o garimpo ilegal sob o uso da força e da intimidação.